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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Grêmios Livres pelo passe-livre e pelos direitos dos estudantes

 A educação pública passa por sérios problemas em todo o mundo. A falta de investimentos na educação por parte dos governos tem gerado escolas desestruturadas e professores mal remunerados, o ambiente escolar se tornou um lugar inapropriado para o estudo e em alguns casos os alunos têm dificuldades para chegar a escola. Esses problemas podem ser notados principalmente em países capitalistas subdesenvolvidos como o Brasil, o descaso com a educação pública gera na maior parte desses países, graves problemas sociais.

Sindicato dos Estudantes 250 pixels cópia.jpg

No Brasil, um dos maiores problemas no momento é o transporte público, pois poucas cidades fornecem passe-livre aos estudantes, assim os filhos de trabalhadores, pessoas humildes que só sonham com um futuro melhor para os seus filhos são obrigados desembolsar uma grande parte do seu parco salário para pagar o lucro das empresas de ônibus. Nessas condições não estaria sendo negado aos estudantes mais pobres o livre acesso a educação? Para garantir que os estudantes tenham o livre acesso a educação, primeiramente, os alunos devem chegar ao colégio, sem passe livre como um filho de um trabalhador que mora distante da escola poderá estudar? Além do problema do transporte, ainda há a má remuneração e más condições de trabalho a que os profissionais do ensino são submetidos, esses trabalhadores são obrigados a ceder a maior parte de seu tempo que poderia estar sendo dedicado ao lazer, ao descanso, e a claro, preparar as aulas, para dar aula em três turnos em ambientes sem qualquer estrutura para o estudo, e no final do mês não receberem se quer, o piso salarial estabelecido por lei.

A falta de estrutura no ensino público tem muitas causas, mas tem um principal culpado e esse é o interesse privado, pois o capitalismo é um sistema que preza o lucro, e a escola pública não gera lucro. Diante desses problemas, os estudantes têm uma arma para lutar por uma escola pública de qualidade, pelos direitos dos estudantes e contra o capitalismo. E essa arma são os grêmios estudantis livres! O grêmio estudantil é o sindicato dos estudantes, é a entidade que organiza os alunos na luta pelos seus direitos, só com grêmios livres é que os estudantes poderão reivindicar os seus direitos, só organizados numa entidade combativa e de oposição ao sistema capitalista é que poderão lutar.

Os grêmios estudantis da E. E. B. Presidente Médici e de outras escolas de Joinville, SC com militantes da Juventude Revolução se tornaram verdadeiros grêmios de luta, pois são grêmios de oposição ao capitalismo, grêmios que lutam pelo passe – livre, pela escola pública de qualidade, pelo fim do vestibular e vagas para todos nas universidades públicas, grêmios de luta e socialista!

Nos países capitalistas, provavelmente as escolas não alcançaram um padrão de qualidade para todos, pois enquanto houver o interesse privado, a classe trabalhadora sofrera as conseqüências de um sistema econômico falido. Organizar-se é a melhor forma de vencer esse sistema e lutar pelos nossos direitos, os estudantes têm que estar organizado e lutar, se não, tudo continuará a ser o mesmo, e para os trabalhadores só restará o nada e a miséria.

Iago S. S. Paqui
 Membro do Grêmio Estudantil Presidente Médici                                                      Membro da Diretoria da UJES

domingo, 28 de junho de 2009

Ato/panfletagem contra o aumento da Tarifa do Metrô em SP


  Ato-Panfletagem da Juventude Revolução, estudantes e trabalhadores, contra o aumento da tarifa do Metrô e Trem de São Paulo, no Valedo Anhagabaú e Praça da Sé, observamos que não é apenas em Joinville que as questões de transporte surgem e são combatidas, vemos que não somos apenas nós que lutamos, estudantes e trabalhadores de todo o Brasil se organizam em seus sindicatos e lutam, contra a exploração, contra o ataque aos estudantes e trabalhadores não só de uma cidade, mas sim de todos os trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro, e isto se chama organização e conscientização.


























Participe de Seu Grêmio Estudantil,

Procure Participar e Conscientizar-se

Procure seu Sindicato e transforme-o em um Sindicato de Luta e de Consciência,

Pelo Fim da Exploração


"Só os que se movem sentem as correntes que o prendem"

sexta-feira, 26 de junho de 2009

IRÃ: O 18 BRUMÁRIO DE MAHMOUD AHMADINEJAD


Alan Woods 
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  Dois candidatos concorreram às “eleições” iranianas, mas o regime já havia decidido quem seria o vencedor bem antes de qualquer voto ter sido depositado nas urnas.
 

Apesar da “oposição leal e conciliatória” de Mousavi, grande parte do eleitorado iraniano usou seu voto para expressar sua oposição ao regime. Uma vez anunciado o “resultado” a violência explodiu nas ruas, veio à tona a fúria acumulada e o descontentamento entre as massas. Tudo isto marca uma nova fase no desenvolvimento da revolução iraniana.

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O historiador francês Alexis de Tocqueville, uma vez escreveu, que o momento mais perigoso para um mau governo se dá quando este tenta fazer reformas. Mas é ainda mais perigoso quando este regime se recusa a fazer reformas.

A história conhece muitos exemplos de autocracias apodrecidas, que depois de um longo período no poder sucumbem a um processo irreversível de deterioração interna. Em tais momentos, todas as contradições internas que permaneciam escondidas vêm à tona subitamente. Sempre há duas tendências principais: a linha dura e a reformista. A primeira argumenta que: “Não podemos fazer concessões a reformas, pois uma vez postas em movimento seremos derrubados”. E a última diz: “precisamos fazer reformas desde cima, caso contrário, seremos derrubados.” Ambas estão corretas.

O que era verdade, na França, em 1789 também é verdade no Irã em 2009. Depois de três décadas no poder, o regime dos Mulás é extremamente impopular. Os analistas acreditavam, portanto, que Mousavi, amplamente reconhecido como um reformista, se sairia melhor. O debate presidencial entre Mousavi e Ahmadinejad sacudiu a nação, e nos últimos dias a campanha de Mousavi pegou fogo, impulsionando passeatas por toda Teerã. O que estas passeatas mostraram foi um ardente desejo por mudanças.

Em geral, esperava-se que, se a participação fosse elevada, Mousavi golpearia seu polêmico adversário. Ou pelo menos conseguiria disputar contra ele o segundo turno. Pesquisas, na Sexta-Feira, indicavam uma votação sem precedentes, davam margens suficientes para que Mousavi chegasse à presidência. A participação eleitoral ultrapassou os 80%, ao menos em duas pesquisas do Sábado.

A turbulência econômica no Irã ao longo dos últimos 4 anos minou a base de apoio de Ahmadinejad até mesmo nas regiões rurais. O governo não só anunciou a vitória de Ahmadinejad, anunciou uma esmagadora vitória, com 62,63% dos votos contra os 33,75% de Hossein Mousavi. De acordo com os resultados, que foram anunciados com indecente rapidez, Mousavi perdeu até mesmo em regiões de Teerã onde estão suas principais bases de apoio. Este cenário virtuoso de fraude eleitoral foi tão espalhafatoso que chocou até mesmo as pessoas que consideram estas práticas normais.

Fraude eleitoral

A velocidade com que o anúncio foi feito por si só já seria suficiente para indicar uma fraude massiva. O Irã ainda é um país predominantemente rural com uma infra-estrutura que não permite tal rapidez para a contagem dos votos. Em uma eleição genuína, muitos dias seriam necessários para a divulgação dos resultados de cada província e povoado nas áreas remotas. Ao invés disso, Ahmadinejad anunciou imediatamente que havia ganhado com uma grande vantagem. “O povo do Irã inspirou esperança para todas as nações e criou uma fonte de orgulho para a nação e desapontou todos os maus intencionados”, disse Ahmadinejad em um programa de TV no Sábado à noite. “Esta eleição aconteceu em um momento crítico da história!”.

Para um regime despótico que detém cada fração de poder firme em suas mãos, a tarefa de fraudar uma eleição não é lá muito difícil. Depois de encerradas as urnas – de acordo com notícias vindas de fora do Irã – Corpos da Guarda Revolucionária Iraniana foram às ruas fortemente armados. Em uma área no Norte de Teerã, um reduto da oposição e do ex-Primeiro-Ministro Mousavi, jornalistas estrangeiros testemunharam a passagem de um comboio com pelo menos quinze veículos militares cheios de guardas armados deslocando-se ao longo da estrada. O Ministério do Interior também foi bloqueado e fortemente guardado, o regime temia que os apoiadores de Mousavi reunissem forças no Ministério para protestar contra a contagem dos votos.

Ibrahim Yazdi, um líder dissidente iraniano e ministro do interior nos primeiros anos da República Islâmica, disse ao jornalista americano Robert Dreyfuss:

“Muitos de nós acreditam que as eleições foram fraudadas. Não apenas Mousavi. Não temos a menor dúvida. E no nosso entender, não é legitima. Houve muitas, mas muitas irregularidades. Não permitiram que os candidatos supervisionassem as eleições nem a contagem dos votos nas zonas eleitorais. O ministro do interior anunciou que supervisionaria a contagem final em seu gabinete, no ministério, com apenas dois observadores presentes.

Nas últimas eleições, anunciaram o resultado em cada um dos distritos, dessa forma as pessoas poderiam seguir a apuração e fazer seu julgamento acerca da validade dos números. Em 2005, houve problemas: em um distrito havia cerca de 100.000 eleitores, e anunciaram um total de votos de 150.000. Desta vez não liberaram os dados de cada distrito em particular.

No total havia cerca de 45.000 zonas eleitorais. Havia 14.000 urnas móveis, que podiam ser transportadas de povoado em povoado. Muitos de nós protestamos contra isso. Originalmente, as urnas móveis eram para ser usadas apenas em lugares tais como hospitais. Desta vez, foram usadas em delegacias de polícia, batalhões do exército e vários outros setores militares.

Mousavi e Karroubi [os principais candidatos de oposição] em antecipação estabeleceram comitês para proteger o voto do povo. Muitos jovens se dispuseram a trabalhar nestes comitês. Mas as autoridades não permitiram. Não existe maneira, independente do Governo ou do Conselho de Guardiões, de verificar os resultados.”

Com o resultado eleitoral em seu bolso a insolência de Ahmadinejad não conhece fronteiras. O presidente disse que as eleições foram um “modelo de democracia” e acusou os “opositores do ocidente” por criticar as eleições. “Nas eleições de sexta-feira, o povo saiu vitorioso”, declarou ele. “As eleições no Irã são realmente importantes. Eleições significam o consenso de todas as pessoas, resolvem-se na cristalização de suas demandas e desejos, é um salto na direção de aspirações mais elevadas e de progresso. As eleições no Irã estão totalmente fundamentadas nos movimentos populares, pertencem ao povo com os olhos no futuro, projetam a construção do futuro!”.

Supôs avanços através do consenso, dizendo que reformas econômicas e de infra-estrutura podem ser realizadas no Irã através de um processo coletivo. “Todos nós podemos unir forças”, disse, enquanto seus capangas armados espancavam as pessoas nas ruas. Dezenas de milhares de apoiadores de Ahmadinejad reuniram-se na Praça Valiasr da capital agitando bandeirolas para o discurso da vitória durante a noite - tentava demonstrar força e sufocar os protestos de oposição.

“As eleições de 12 de Junho foram uma expressão artística da nação, que fez avançar a história das eleições do país”, disse o Aiatolá Khamenei. “Os 80% de participação e os 24 milhões de votos apurados na eleição presidencial é uma real celebração de que com o poder de Deus Todo Poderoso pode-se garantir o desenvolvimento, progresso, segurança nacional e o regozijo e a excitação da nação.”


Protestos espontâneos

Sem dúvida, a nação está excitada – mas não regozijada. O candidato reformista Mehdi Karrubi chamou o anúncio do resultado eleitoral de uma “piada” e “assombrosa.” Ainda durante os louvores de Ahmadinejad sobre os resultados e a grande margem, e ainda durante os lamentos de Mousavi e seus apoiadores pelas ruas de Teerã começaram os conflitos nas ruas. Na tarde de Sábado as ruas da capital estavam aparentemente calmas. Mas ao cair da tarde do mesmo dia manifestações espontâneas eclodiram nas ruas de Teerã. Isto reflete a enorme acumulação de fúria, desespero, e amargura no seio da sociedade iraniana que está gestando implicações revolucionárias.

Khamenei sugeriu que os iranianos deveriam respirar fundo e pensar sobre as conseqüências do voto. “O sábado seguinte às eleições sempre deve ser um dia de introspecção e paciência,” disse ele. “Todos os apoiadores tanto os do candidato eleito como cada um dos apoiadores dos outros candidatos devem evitar qualquer medida provocativa e qualquer comportamento condenável. O presidente eleito é o presidente de todo o povo do Irã e todos, incluindo os rivais de ontem, devem protegê-lo e ajudá-lo.” Estas palavras do supremo líder revelam o medo do regime de distúrbios populares. Não estão errados por se sentirem assim.

Manifestantes gritam: “o presidente está cometendo um crime e o líder supremo o apóia”, palavras altamente inflamáveis em um regime onde o líder supremo, Ali Khamenei, é irrepreensível. Lojas, gabinetes governamentais e negócios fecharam tão logo começaram as tensões. Multidões reuniram-se também em frente à sede do comitê eleitoral de Mousavi, mas não havia sinal do dirigente político rival de Ahmadinejad. Os manifestantes ergueram seus punhos e gritavam palavras de ordem contra Ahmadinejad.

Os manifestantes atearam fogo às lixeiras e árvores, criando colunas de fumaça negra entre os blocos de apartamento e os edifícios do centro de Teerã. Um ônibus vazio foi consumido pelas chamas em uma estrada. A polícia recuou em blocos, inclusive pelotões móveis de motocicletas com cassetetes. Os manifestantes lançaram pedras e garrafas nos oficiais, gritando “Mousavi, dê-nos nossos votos de volta” e “as eleições estão repletas de mentiras”.


Mais de 100 reformistas, incluindo Mohammad Reza Khatami, o irmão do ex-presidente Mohammed Khatami, foram presos, de acordo com o líder reformista Mohammad Ali Abtahi. Ele disse à Reuters que eles eram membros da direção do partido reformista iraniano Mosharekat. Um porta-voz do judiciário negou que eles houvessem sido presos, mas disse que eles foram intimados e “alertados para não aumentar as tensões” antes de serem liberados. O Estado aprisiona e tortura os sindicalistas e espanca os estudantes, mas os políticos burgueses são liberados com apenas uma palmada na mão.

As pessoas se debruçavam sobre as janelas e sacadas para ver a multidão de manifestantes em marcha, muitos deles eram partidários de Mousavi e conduziam manifestações extremamente barulhentas, mas pacíficas. Mais tarde, durante a noite, uma agitada e furiosa multidão tomou a Praça Moseni em Teerã, quebrando lojas, ateando fogo e derrubando símbolos. Dois grupos de pessoas enfrentaram-se na Praça, lançando pedras e garrafas e gritando furiosamente. Observadores acreditam que eram partidários de Ahmadinejad e de Mousavi em choque.

Os protestos, claramente espontâneos, não se limitaram a Teerã. Eclodiram também em outras cidades, incluindo Tabriz, Orumieh, Hamedan e Rasht. Claramente, ninguém organizou esses protestos, e muito menos os líderes reformistas. A nova tecnologia é ferramenta tática para mobilizar politicamente os jovens iranianos, apesar de as mensagens de texto terem sido bloqueadas nos últimos dias, assim como o Facebook. Contudo, os tradicionais métodos do boca a boca também funcionam e os manifestantes iranianos chegavam em massa aos pontos de concentração ao redor de Teerã no Sábado.

No Domingo a efervescência continuava. “Era um ‘jogo’ entre os manifestantes e a polícia,” disse Samson Desta, um repórter da CNN, que foi agredido por um policial. “Pelo tempo transcorrido, pode parecer que a polícia tem as coisas sob controle. Mas falamos com muitos e muitos estudantes e eles em geral dizem ‘Isto não acabou. Eles podem nos deter agora, mas voltaremos e faremos com que nossa voz seja ouvida’.”

Este foi o segundo dia de protestos em Teerã. No Sábado, milhares de manifestantes gritavam “Morte à ditadura” e “Queremos liberdade”. Foram queimadas motocicletas da polícia, pedras atiradas contra as janelas de lojas, latas de lixo lançadas ao fogo.

Na noite do Domingo uma calmaria tensa baixou sob as ruas de Teerã, mas Jon Leyne daBBC, na cidade, noticiou que aconteceram confrontos na sede da IRNA - a agência oficial de notícias do Irã - e também pelo menos um no subúrbio. Houve também notícias de repressão à mídia independente. A sede da rede de TV saudita, al-Arabiya foi fechada por “razões desconhecidas”, disse o canal. Os serviços de telefonia celular foram restabelecidos, mas havia notícias de que as mensagens de texto continuavam restritas e o bloqueio ao acesso de sites públicos da internet, inclusive o da BBC, continua. Estas atitudes não demonstram confiança, ao contrário, demonstram um extremo nervosismo por parte do regime.

Hipocrisia dos imperialistas

O mundo todo reagiu. Nos países como EUA e Canadá escutaram-se vozes sobre as irregularidades da votação. Mas os países ocidentais que são tão críticos à falta de direitos humanos no Irã foram circunspectos sobre a descarada fraude eleitoral no país.

De acordo com uma notícia da CNN, o comando militar americano no Oriente Médio enviou uma mensagem às forças americanas recomendando a manutenção da disciplina e a prudência em caso de encontrarem forças militares iranianas durante a agitação gerada pelas eleições presidenciais iranianas. As preocupações militares americanas são resumidas assim “alta sensibilidade iraniana e até mesmo medo de potenciais ameaças internas e externas” disse um oficial.

As críticas em Washington mal puderam ser ouvidas. Hilary Clinton manteve sua boca fechada, passando a tarefa ao “homem invisível”, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, que expressou suas “dúvidas” sobre “as formas de repressão contra as multidões, a forma como foram tratadas as pessoas”. Embora usasse uma linguagem comedida, disse que os EUA deveriam aceitar “por enquanto” a escolha de Teerã, que Ahmadinejad conseguira a reeleição. “Há muitas questões terríveis sobre como as eleições ocorreram,” disse Biden. “Não temos fatos suficientes para fazer um julgamento firme.”

O ministro francês de relações exteriores, Bernard Kouchner, disse que seu governo está preocupado com esta situação e criticou “a um tanto quanto brutal reação” por parte das autoridades em resposta às manifestações. A União Européia disse em um pronunciamento que estava “preocupada sobre as irregularidades alegadas” durante a votação de Sexta-Feira.

Esta política reticente dos imperialistas não é acidental. Eles estão aterrorizados com a possibilidade de uma revolução no Irã que terá as conseqüências de um terremoto por todo o Oriente Médio e Ásia. Além disso, Washington espera voltar a estabelecer boas relações com o governo de Teerã, cuja assistência é fundamental para assegurar a retirada do Iraque e estruturar uma rota para garantir o abastecimento das tropas no Afeganistão. Também precisam do apoio do Irã para sua mais nova “iniciativa de paz” sobre a questão palestina. No mínimo, gostariam de garantias de que o Irã não irá sabotá-lo, embora Netanyahu já esteja fazendo um bom trabalho, ao insistir que qualquer Estado palestino deve ser desarmado e renunciar ao direito de retorno, a diáspora palestina.

São estes fatores que determinam a política conciliatória de Obama em relação ao Irã, que previmos em “A Invasão de Gaza: O que significa?”. Em uma semana na presidência, Obama ofereceu um ramo de Oliveira a Teerã, pedindo que o regime “estendesse a mão”. Dois meses depois, Obama emitiu um comunicado ao Irã, reconhecendo os aiatolás como os legítimos representantes do povo iraniano. No mês passado, Obama reconheceu à República Islâmica o direito de enriquecer urânio e, no Cairo, admitiu o envolvimento da CIA na queda de Mossadegh, há mais de meio século.

O povo do Irã possui uma vasta memória e conhece suficientemente bem o imperialismo para odiá-lo de todo o coração. Quando o Primeiro-Ministro Mossadegh foi derrubado no golpe de 1953, organizado pela CIA e pela inteligência britânica, as ditas democracias ocidentais foram cúmplices da substituição da democracia iraniana pela ditadura do Xá. Suas sangrentas e corruptas regras foram baseadas em um reinado de terror em massa onde a famigerada Savak, a polícia secreta, se empenhou em uma campanha sistemática de homicídio e tortura. As ditas democracias ocidentais apoiaram este despótico fantoche do imperialismo e não tinha nada a dizer sobre a escandalosa violação dos direitos humanos no Irã, naquele momento. É por isso que os iranianos não têm a mínima razão para confiar na boa vontade do imperialismo ou ouvir seus sermões hipócritas sobre “democracia”!

Divisões no regime

Após as eleições, em Teerã, foram ouvidos rumores de um golpe de estado. Mas na realidade, isso não era necessário. Ahmadinejad já havia concentrado demasiado poder em suas mãos, já havia criado uma ditadura de fato. Além das forças regulares do Estado, ele controla também a Guarda Revolucionária, que usou brutalmente para esmagar as manifestações na semana anterior às eleições. Ahmadinejad controla o Ministério do Interior, o Ministério da Informação e o Ministério da Inteligência.

Após as eleições as forças de segurança ocuparam os escritórios de muitos jornais, para ter certeza de que os seus relatórios sobre a eleição seriam favoráveis. Esta é uma excelente forma de garantir uma boa cobertura eleitoral! Os guardas estão controlando tudo, inclusive muitas instituições econômicas. O Ministério do Interior está aumentando seu controle em todas as províncias.

Também há rumores de que Ahmadinejad está pensando em mudar a Constituição para permitir que o presidente possa se candidatar mais de uma vez, para tornar sua permanência na presidência indefinida. Ele está reencenando o golpe de Luis Bonaparte, que combinava eleições fraudulentas e intrigas parlamentares com um reinado de terror nas ruas, executado pela Sociedade de Notórios 10 de Dezembro, formada por assassinos, criminosos e lumpens. Sua base social também é semelhante: a retaguarda camponesa, que pode ser usada contra as cidades, que estão mais avançadas.

No último período, Ahmadinejad foi mantido no poder, em parte, graças à repressão e à demagogia anti-americana, mas principalmente, graças à riqueza petrolífera usada em medidas populistas. Este fato garantiu-lhe certa base de apoio na população, sobretudo entre os camponeses. Mas agora a crise econômica e a queda do preço do petróleo reduzem sua margem de manobra nesta frente. Por outro lado, a demagogia "anti-imperialista" está se esgotando. As pessoas não podem comer ogivas nucleares!

A história de regimes ditatoriais e autocráticos mostra que é impossível manter tal regime com base somente na repressão. Uma vez que as massas começam a se mover, nenhum aparato estatal pode detê-las, não importa o quão poderoso ou feroz seja. Essa é a lição da França, em 1789, da Rússia tzarista de 1917 e do Xá do Irã, em 1979. Louis Bonaparte assumiu o poder com um golpe e ficou no poder por duas décadas, mas por fim seu Estado foi terminado pela Comuna de Paris. Ahmadinejad não permanecerá no poder por muito tempo devido a essas razões que temos explicitado, e quanto mais tempo ele se agarrar ao poder, mais explosiva será a situação e se tornarão nítidas as contradições internas do regime.

Apesar da demonstração de força, as fissuras internas que estão dividindo o regime estão se aprofundando. Há vozes no establishment que estão desafiando Ahmadinejad. E não está claro que ele e os Sepah (a Guarda Revolucionária) serão fortes o suficiente para superá-los. O Líder Supremo, o Aiatolá Ali Khamenei, está jogando o papel de Bonaparte, manobrando entre as facções. Haverá confrontos e divisões entre as diferentes facções que refletem uma profunda crise do próprio regime.

Na entrevista já mencionada, Ibrahim Yazdi refere-se ao racha no regime:

“Depois da última eleição [2005], depois de Ahmadinejad ter sido eleito pela primeira vez, havia muitas questões levantadas sobre o esforço de Ahmadinejad para isolar o Líder. Falamos abertamente sobre isso. Desta vez, nos preparativos da votação, eles o isolaram ainda mais. Por exemplo, no ano passado [o ex-presidente] Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, teve influência, talvez mais influência que o líder. Agora, com os slogans sendo usados em comícios de Ahmadinejad, tais como "Morte a Hashemi!". Foi criada uma profunda brecha. Khamenei também perdeu o apoio de muitos altos membros do clero."


Covardia dos reformistas

Os liberais reformistas no Irã e no estrangeiro estão se afogando nas profundezas do desespero. Mousavi se comprometeu a lutar contra o veredicto, usando palavras como "tirania" e acrescentando, "não vou renunciar a esta perigosa ilusão". Antes mesmo de encerrada a votação, Mousavi emitiu uma carta exortando acentuadamente a contagem, exigindo a paralisação por causa de "flagrantes violações" o que ele indicou como um processo injusto.

O líder oposicionista disse que os resultados dos "monitores falsos" refletem "o enfraquecimento dos pilares que constituem o sagrado sistema" do Irã e “a lei do autoritarismo e da tirania.” Fiscais independentes foram proibidos nos locais de votação. "Os resultados anunciados para as eleições presidenciais foram espantosos. As pessoas que estiveram em longas filas e sabiam muito bem em quem tinham votado foram totalmente surpreendidas pelos mágicos que trabalham na televisão e no rádio." Disse Mousavi em sua declaração.

O jornal de Mousavi, Kalemeh Sabz (A Palavra Verde), não apareceu nas bancas de jornal hoje. Um editor falando anonimamente disse que as autoridades tinham sido ofendidas pelas declarações de Mousavi. O site informou que mais de 10 milhões de votos estavam sem os números de identificação, que tornou os votos "desconhecidos".

Como seus partidários tomaram as ruas da capital para enfrentar os cassetetes e o gás lacrimogêneo, Hossein Mousavi lançou formalmente um recurso contra o resultado das eleições. Ele fez um apelo para ao Conselho de Guardiões para inverter o resultado, e exortou os seus partidários para continuar os protestos "de maneira pacífica e legal". "Avisamos aos funcionários que vamos organizar uma manifestação nacional para permitir que as pessoas demonstrem sua rejeição ao processo eleitoral e seus resultados,” disse Mousavi.

O Conselho de Guardiões é constitucionalmente formado por um corpo de 6 clérigos e 6 juristas, que funciona como autoridade eleitoral do Irã e de outros poderes. Ali Khamenei é o Líder Supremo, e ele já afirmou que as eleições tinham sido conduzidas de forma justa e ordenou a três candidatos derrotados e os seus partidários para evitar comportamentos “provocadores”.

A manifestação planejada pela oposição para protestar contra a fraude eleitoral foi proibida. Portanto, o caminho para a reparação por meios legais e constitucionais está bloqueado. A única forma de conquistar direitos democráticos no Irã está tomando o caminho revolucionário. “O Irã”, disse Mousavi, “pertence ao povo e não ao charlatanismo!”. Chegou a falar de uma convocação de greve geral. Mas as palavras são baratas, os dirigentes reformistas burgueses iranianos têm mais medo de um movimento de massas do que o próprio Khamenei.

O Papel da classe trabalhadora

Tal como os cadetes na Rússia, os liberais reformistas no Irã estão aterrorizados com a revolução. Ibrahim Yazdi disse a um repórter americano: "Certamente, estamos preocupados com reações espontâneas. A juventude está empenhada e mobilizada. Em todo o país, já houve alguns confrontos violentos. Nós não concordamos com a violência, porque a violência só justificará a repressão da oposição." E mais: "Não somos subversivos. Queremos criar uma força política viável que possa exercer sua influência." Estas palavras indicam a verdadeira psicologia dos burgueses reformistas no Irã. Eles poderiam ter copiado estas palavras de qualquer jornal dos Liberais russos, em Fevereiro de 1917.

A verdadeira analogia histórica, porém, não é a Rússia de 1917, mas sim a de 1905, ou mesmo antes. Assim como a Revolução Russa anterior a 1905, a revolução iraniana está em sua infância. Tem um longo caminho a percorrer, e esta não é uma coisa ruim do ponto de vista dos marxistas iranianos que precisam de tempo para construir suas forças. Tal como os trabalhadores russos antes de 1905, a classe trabalhadora iraniana é principalmente formada por jovens inexperientes. A velha geração de trabalhadores ativistas, que foram formados principalmente na escola do stalinismo, desapareceu, foi dizimada pela repressão e desorientada pelas falsas políticas de seus líderes.

Vai exigir tempo e experiências, tanto de vitórias como de derrotas, antes que a classe trabalhadora iraniana chegue à conclusão da necessidade da tomada do poder. Lembremos que, em Janeiro de 1905, o jovem proletariado russo entrou na cena histórica em uma manifestação pacífica liderada por um padre, com ícones religiosos em suas mãos, que levavam uma petição ao Czar. Mas um massacre sangrento foi suficiente para levá-los ao caminho da revolução no espaço de 24 horas. Podemos esperar semelhantes mudanças bruscas e repentinas no Irã.

A campanha de Mousavi despertou as esperanças de muitas pessoas, especialmente entre os jovens de classe média e as mulheres (prometeu mais direitos para as mulheres). Agora, essas esperanças foram frustradas. A polícia e a "Guarda Revolucionária" têm dado aos jovens uma excelente lição do valor da democracia iraniana com cassetetes, punhos e botas. A situação continua explosiva. Mas, na ausência de um programa claro, perspectiva e liderança, vão às ruas em protestos e motins que não levam a nada. Por isso provavelmente a atual onda de agitação morrerá por um tempo. Mas ela vai voltar com ainda mais violência, numa fase posterior.


Os reformistas estão esperneando e chorando por causa da derrota eleitoral, mas na realidade estas eleições não resolverão nada para o povo iraniano, para a classe trabalhadora ou até mesmo para o próprio regime. Este regime é frágil como o Velho do Mar, que subiu nos ombros de Sinbad e recusou-se a descer. Estas eleições são apenas mais uma lição na dura escola da vida, o que acabará por convencer os trabalhadores e jovens que, para tirar o Velho do Mar de suas costas serão necessárias medidas muito radicais.

A verdadeira fraqueza do movimento pela democracia é que o poderoso proletariado iraniano ainda não se moveu de forma decisiva, como o fez em 1979. Após longos anos de repressão durante o qual o movimento foi efetivamente decapitado, a classe trabalhadora precisa de tempo para encontrar seu chão. Como um atleta que esteve inativo por um longo tempo, os trabalhadores necessitam esticar seus músculos e se exercitar antes de passar decisivamente à ação. Já houve muitas greves por questões econômicas. A pressão está aumentando de baixo pra cima. Esta pressão tem reflexos, até mesmo na Casa do Trabalho, a organização criada pelo regime para controlar os trabalhadores. No atual período, o jornal oficial da Câmara do Trabalho, publicou um artigo de Lênin. Como os tempos estão mudando!

O Irã é formado em sua maioria por jovens. A população tem uma idade média de 27 anos. Estas pessoas podem não se lembrar do tempo em que os Mulás não estavam no poder. Há muito tempo os Mulás foram considerados como incorruptíveis, em contraste com a degenerada monarquia pró-ocidental. Mas isso foi há muito tempo. Depois de décadas no poder, os Mulás foram expostos como um regime corrupto e estão perdendo a autoridade que costumavam ter. Ahmadinejad enviou ônibus para seus partidários das aldeias para participar das manifestações em seu apoio. Sua base real é a Guarda Revolucionária, mas esta já não inspira o tipo de terror que inspirava no passado. A coisa mais significativa sobre os motins neste fim de semana não foi o fato de serem reprimidos, mas que muitas pessoas estavam dispostas a ir para as ruas para desafiar o Estado e suas forças repressoras. Isto significa que os dias do regime estão contados.

No final, tudo isso resultará em crise. Este será um governo de crise, provavelmente seu mandato não durará muito. As divisões políticas e sociais no interior do Irã serão ampliadas. A militância dos trabalhadores irá crescer e se manifestar primeiramente em greves econômicas, por melhores salários e condições, como já vimos nos últimos anos e, mais tarde, como greves e manifestações políticas. A necessidade mais urgente agora é organizar os trabalhadores e proporcionar ao movimento um programa correto, uma política e uma bandeira. Isto só pode ser alcançado pela bandeira vermelha do socialismo.

É muito natural que os jovens joguem um papel fundamental nesta etapa da revolução. É muito similar à situação na Rússia de 1901-03 ou na Espanha de 1930-31, pouco antes da queda da monarquia. Neste momento Trotsky escreveu:

“Uma vez que a burguesia se nega, consciente e obstinadamente, a resolver os problemas impostos pela crise que sofre o regime; uma vez que o proletariado ainda não está disposto a encarregar-se de resolver estes problemas, não é raro que a cena seja ocupada pelos estudantes... A atividade revolucionária ou semi-revolucionária dos estudantes mostra que a sociedade burguesa atravessa uma crise muito profunda...

Os trabalhadores espanhóis manifestaram um instinto revolucionário muito correto, ao apoiar as manifestações dos estudantes. Está claro que precisam trabalhar sob sua própria bandeira e sob a direção de sua própria organização proletária. O dever do comunismo espanhol é assegurar esta ação e para tanto é indispensável que tenha uma política justa...

Se os comunistas tomarem este caminho, há que se admitir que combaterão resoluta, audaz e energicamente pelas consignas democráticas. Se não se entende a coisa assim, cometer-se-ia um gravíssimo erro sectário...

Se a crise revolucionária se transformar em revolução ultrapassará fatalmente os limites previstos pela burguesia e, em caso de vitória, será preciso que o poder seja transmitido ao proletariado”. (Trotsky, Problemas da Revolução Espanhola, Maio de 1930).

As forças dos marxistas iranianos são pequenas, mas crescem a cada dia. Combinando habilmente as reivindicações democráticas com as reivindicações transitórias, vinculando as lutas cotidianas com a idéia da revolução socialista, conectar-se-ão com uma camada cada vez mais ampla de trabalhadores e estudantes que buscam uma mudança fundamental da sociedade. O futuro do Irã está no caminho revolucionário e a revolução iraniana está destinada a sacudir o mundo.

Londres, 15 de Junho de 2009.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Como Vivem os Moradores de Rua?


Moradores de rua contam como fazem para sobreviver nas ruas de Joinville, com o inverno, preconceito e a repressão do poder público.
Freqüentemente observamos pessoas aos “farrapos” circulando pelas ruas de nossa cidade। Uns pedindo esmola; outros dormindo pelos cantos, ao lado do banco, nas praças; alguns mendigos até conhecemos por estarem sempre no mesmo lugar. O que nunca fazemos é entender quem eles são e porque estão nessa situação.

Adriano Souza, 32 anos é um dos moradores da rua em Joinville. Não tendo trabalho, não pude pagar um lugar para ficar e acabei tendo que morar na rua mesmo – afirma Souza. Que Trabalhava como servente de pedreiro e foi despedido há alguns meses. Uns de seus problemas é a aversão que as pessoas têm de moradores da rua. “As pessoas parecem ter uma visão agressiva de nós, não queremos nada, só ajuda”.

Para Souza, o problema das pessoas que vivem na rua é a falta de oportunidade, muitas têm que trabalhar logo quando crianças e não tem como estudar. “As pessoas precisam de um lugar para ficar, uma casa e emprego. É o que o governo precisa fazer para nos ajudar”.

Outra situação semelhante é a de Moacir de Souza e Jair de Souza. Os dois irmãos vivem de catar papelão e apesar de residência fixa, são obrigados a viver na rua, devido ao trabalho exaustivo. Os dois acordam todos os dias às 6h da manhã e voltam para casa às 03h da madrugada. “Dormimos na rua, às vezes, cansa muito sair às 6h, puxando o carrinho”. - conta Jair de Souza.

Um dos problemas enfrentados pelos dois irmãos é os catadores estarem proibidos de fazer seu trabalho durante o dia, no centro. “Tem uns fiscais da prefeitura que nos proíbem de catar papelão, eles chegam batendo e dizem para irmos embora”. Os dois dizem que isso é um problema com os lojistas que não querem eles enfeando a fachada de suas lojas com seus carinhos.

Os dois contam que agora no inverno se não tiverem lugar para dormir será muito difícil de catar papelão, “a madrugada é fria demais, nos cobrimos com papelão para espantar o frio, o cansaço dobra, ainda mais com a chuva.” Conta Jair.

A partir do relato deles podemos entender como é a vida de alguns moradores da rua de nossa cidade. Uma parte da cidade que não vemos ou fingimos não ver, que precisamos mudar.

João Diego Leite

quarta-feira, 24 de junho de 2009

RESISTÊNCIA E LUTA NA USP: FORA PM!







  A Polícia Militar, pela primeira vez em trinta anos, entrou na Cidade Universitária (Campus Central da USP) para atacar estudantes, professores e funcionários numa tarde de sangue, bombas e tiros.


  No início de Maio, os funcionários, primeiros a sentir os efeitos da crise capitalista, entraram em greve। Um corte de 5।200 trabalhadores foi anunciado। O companheiro Claudionor Brandão (dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores da USP - SINTUSP) foi demitido por organizar um piquete junto com os trabalhadores terceirizados. A promessa de um reajuste salarial não cumprido havia colocado os trabalhadores em luta com uma forte greve.


  Professores e funcionários discutiam nas suas instâncias a possibilidade de aderir à greve। A principal reivindicação dos docentes era, também, um reajuste salarial não cumprido e os estudantes se mobilizavam para barrar a UNIVESP (Programa do Governador Serra de Ensino a Distância), barrar a repressão, contra a demissão de Brandão e contra a redução de verbas por conta da क्रिस ।Foi quando a reitora Suely Vilela pretendeu dar um tiro de misericórdia na greve dos funcionários। Para impedir que um piquete, instrumento legítimo da luta dos funcionários, em frente o prédio da Reitoria ocorresse, ela chamou a tropa de choque da Polícia Militar, com seus escudos, bombas e cassetetes। A PM não entrava dessa forma na universidade desde 1979, desde os anos de chumbo da ditadura militar।






  A atitude demonstrou o caráter do Governo Serra que está preparado para acabar com a luta dos movimentos sociais através de repressão brutal e como a Reitoria negocia com os funcionários, professores e estudantes।


Mas, a pretensão da reitoria de acabar com a mobilização dos funcionários através da repressão policial foi o seu maior erro। O tiro saiu pela culatra। A entrada da PM deu outro caráter à mobilização, as assembléias estudantis encheram, greves começaram a ser tiradas nos cursos, os estudantes paralisaram as aulas e intensificaram as discussões। Dois dias depois da entrada da PM em assembléia extraordinária os professores decidiram pela greve! Na Quinta-Feira (4/6), a assembléia geral dos estudantes decidiu pela greve numa gigantesca assembléia em frente à Reitoria!


  Os estudantes aprovaram que não haveria aula com a polícia dentro da universidade। Foi tirada uma pauta unificadora com três pontos fundamentais:


- Fora PM da universidade!

- Fora Suely, diretas para reitor!

- Abaixo a UNIVESP!






  O indicativo foi construir a mobilização nos cursos que ainda não haviam aderido à greve e expandir a luta para as outras universidades estaduais। Atos públicos foram aprovados na assembléia e a greve dos funcionários que caminhava para o fim ganhou força com a unificação dos três segmentos।


Estava marcado para Terça-Feira, 09/06, um grande ato unificado com os três segmentos e com as estaduais paulistas (USP, UNESP, Fatec e Unicamp) em frente ao portão 1 da USP para repudiar a presença da polícia no Campus e exigir “Fora PM” e “Fora Suely”।


  A Polícia Militar entrou em confronto com os estudantes, funcionários e professores transformando a Cidade Universitária em uma praça de guerra durante a tarde toda. A tropa de choque da PM não poupou força para reprimir brutalmente os manifestantes. Foi lamentável ver a polícia atirando bombas dentro da universidade, local onde as discussões são resolvidas através de debates e confronto de idéias.


A resposta dos alunos, professores e funcionários foi imediata: Uma assembléia geral dos estudantes no mesmo dia decidiu a intensificação da greve, o prédio da História e Geografia foi ocupado pelos estudantes। A assembléia dos professores (a maior dos últimos anos) aprovou a permanência da greve enquanto Suely Vilela se mantiver no cargo. Na UNICAMP funcionários e estudantes, diante do que ocorreu na USP, aprovaram greve.


  Agora é hora de o movimento intensificar suas lutas, fazer ecoar em todo o Estado, em todas as universidades estaduais e pelo Brasil afora, o que ocorreu dentro da USP. Deve-se exigir das entidades centrais dos estudantes (UNE, UEE-SP, DCEs) o comprometimento de dar os meios para que todos os campi do Estado aprovem greves contra a repressão.


  Construir um grande ato unificado na cidade de São Paulo tem que estar na ordem do dia। Nosso dever é defender cada conquista e cada centímetro de terreno conquistado। Se essa luta é contra o responsável direto que é o governo do Estado, também é verdade que esta situação é praticamente a mesma nas Universidades Federais, onde a responsabilidade é de Lula.


  Para resolver definitivamente esta situação é preciso lutar para enterrarmos de vez o capitalismo e criarmos uma nova sociedade, sem patrões e sem PMs।



Abdeir Chrispim

terça-feira, 23 de junho de 2009

Todos os estudantes querem alguma providência.

Há algum tempo nós estudantes da escola Presidente Médici estamos sendo prejudicados em nossas aulas de Educação Física pelo motivo de a quadra e o auditório da escola estarem interditados.
Nossas aulas de educação física viraram “aulas livres”, pois a tempo não sabemos o que é praticar algum esporte.
Todos nós estamos muitos indignados! A GERED já foi comunicada de mandar um engenheiro á escola para depois tomar providências de conserto. Porém estamos esperando há aproximadamente três meses esse conserto. Ficaram de amanhã dia 24/06 mandarem uma resposta e nós estudantes esperamos realmente que tomem alguma providência.
Hoje aqui falo como estudante, pois muitos vieram me procurar para falar do assunto e se preciso for nós estudantes iremos nos mobilizar para mostrar nossa indignação।

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Convocatória para Reunião do Grêmio Estudantil



A º Reunião quinzenal do Grêmio Estudantil da E.E.B. Presidente Médici, o Sindicato dos Alunos, ocorrerá nesta terça-feira, todos os alunos da escola são convidados à participar, pois é seu direito participar, lembrando que, quando você participa o movimento ganha mais força, e todos nós estudantes damos mais um passo para a conquista de novos e defesa dos atuais direitos da juventude brasileira.



Compareça as Reuniões, traga suas duvidas, suas soluções, e trabalhemos todos nós, estudantes, para lutarmos por nossos direitos, a educação pública de qualidade para todos, o passe-livre estudantil, a defesa dos trabalhadores, os nossos pais, a defesa da luta dos professores, para poder nos designar melhores aulas, com mais estimulo, mais infra-estrutura, cultura e lazer, são algumas das ações que juntos podemos e vamos alcançar.


As Reuniões do Grêmio Estudantil acontecem regularmente e quinzenalmente as terça-Feiras.


Dia 23/06 na E.E.B. Presidente Médici, as 17:30 nos encontramos lá.


Johannes Halter
Membro da Diretoria do Grêmio Estudantil. O Sindicato dos Estudantes.

Convocado o CMG (conselho municipal de grêmios) para sábado (20/06) as 14h no CDH (centro de direitos humanos).

Da organização da UJES
Art. 7º. São instâncias deliberativas da UJES o congresso municipal dos estudantes secundaristas, o congresso municipal dos grêmios e a diretoria.
Parágrafo único. As decisões, em todas as instâncias da UJES, serão deliberadas por maioria simples dos votos presentes.
Do conselho municipal dos grêmios
Art. 10. O conselho municipal de grêmios é instância de decisão da entidade, subordinado apenas ao congresso municipal, e é a instância onde são representados os grêmios estudantis da cidade.
Art. 11. Os grêmios devem eleger em reunião de diretoria o aluno que irá representar os alunos de sua escola.
Parágrafo único. Compete ao conselho municipal dos grêmios decidirem e regulamentarem questões que não foram decididas e regulamentadas no congresso municipal dos estudantes.
Como irá funcionar o CMG:
Primeiro cada grêmio deverá tirar um delegado em reunião com a diretoria do seu grêmio em sua escola para que esse represente o grêmio com direito a voz e a voto. (Esse processo deverá estar contido em ata, para que se houver maiores problemas se possa provar a real indicação dos membros da diretoria do grêmio a esse estudante).
Todos as pessoas na reunião terão direito a voz, mas somente um representante delegado de cada grêmio poderá votar. Art. 10
A reunião será presidida pela presidente Aline Moser Pavesi conforme o Art 16 b do estatuto da UJES.
Será discutido o regimento do congresso (tiragem de delegados das escolas e comissão eleitoral), entre outros assuntos podendo ser encaixados na pauta da reunião.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Da Indepêndencia Financeira e dos Ataques da Burguêsia

O grêmio estudantil, o sindicato de luta dos estudantes, é uma entidade que representa os estudantes e luta por eles, de que modo? Ele conscientiza e mobiliza os estudantes para alcançar os vários interesses dos mesmos, com o objetivo maior de construir uma nova sociedade, com a derrubada e o fim do capitalismo.


Capitalismo este que é o modelo social e econômico que explora o trabalhador e o estudante, que causa pobreza, desigualdade, dor, exploração, falta de cultura, educação, saúde e segurança. É o causador da crise da humanidade, onde poucos têm o controle de tudo, e muitos tem que vender seu único bem, a força de trabalho, para poder sobreviver e fazer sobreviver sua família, o único modo de mudar este fato é destruir o capitalismo e instituir uma nova sociedade, uma sociedade socialista.


Sociedade esta que não tem como objetivo o lucro mas sim a eficiência dos serviços, na qual os trabalhadores controlam as fabricas(exemplo atual da CIPLA, Flasko), em uma economia planificada, economia onde não se tem milhares de fabricas de geladeira porque é ela que dará mais lucro, mas sim de geladeiras, fogões e chuveiros, porque é disto que a população necessita, este é um pequeno exemplo de uma economia socialista planejada, onde o trabalhador, o estudante, o ser humano que é pensado, um socialismo marxista.


E para lutar por estes objetivos, o passe-livre, a escola pública de qualidade, a universalização do ensino em todas as áreas, o fim da exploração, o fim do capitalismo, e por uma sociedade socialista é necessário estarmos independentes da burguesia, para podermos falar o que desejarmos, quando desejarmos e do modo que desejarmos sem ser barrados pela burguesia é necessário sermos independentes financeiramente.


É neste ponto que os grêmios estudantis de luta, os sindicatos estudantis de luta, se diferenciam dos outros, um grêmio estudantil busca sua independência financeira e consecutivamente política através da sua base, através dos estudantes, através das pessoas que de fato estão interessadas na luta, ou seja, o estudante, o trabalhador, o adolescente o pai e a mãe de família, o proletariado.
Esta Independência lhe permite lutar pelo que os trabalhadores querem e precisam, 'quem paga a banda escolhe a música' já dizia o ditado popular, não podemos aceitar financiamento da burguesia, das empresas, do estado capitalista, da diretora da escola, de qualquer entidade que não seja a própria base do grêmio estudantil, os estudantes, nós, adolescentes e jovens do Brasil.


No geral o grêmio estudantil não atende a outros propósitos se não a de defesa dos direitos dos estudantes, coletivo e individual de cada um deles, e isto se faz através da conscientização e da mobilização dos mesmos, se um grêmio não o faz não está cumprindo o seu papel, é então necessário fazer o esforço necessário para tornar estes grêmios sim entidades de luta, de conscientização da luta de classes e da cidadania de todos os brasileiros e trabalhadores de todo o mundo.
O Grêmio Estudantil da Escola Presidente Médici('Escola' porque sim lutamos pela instituição, pela liberação de verbas justas, pela infraestrutura, pela qualidade da educação pública e por cada estudante desta escola) se posiciona de modo a ser sim independente financeiramente e consecutivamente politicamente, e neste sentido realiza o debate com todos os estudantes das lutas estudantis que participa e os mobiliza e convóca-os para contribuir voluntariamente com qualquer moeda que desejarem para manter esta independência, e continuar com a produção de panfletos informativos(cartazes chamando para atividades, convites para atos e atividades, panfletos informativos, materiais inerentes da luta estudantil em geral).


E permanecendo assim fieis a luta dos estudantes, fazendo o papel de um grêmio de luta, consciente e conscientizador, sabendo que o capitalismo e a exploração inerente dele têm de ser destruída e então iniciar uma nova sociedade, o socialismo, onde a democracia operária prevaleça, e onde a economia é planejada, não descontrolada e 'selvagem' como é o capitalismo, que tantos problemas causa como já apresentado, organizados em nossos sindicatos, fazendo deles sindicatos de luta dos trabalhadores, dos estudantes, de todos os Estudantes e Proletários(trabalhadores em geral) do Brasil e do Mundo.


OBS: Nesta Última Terça-Feira(16/06/2009) os estudantes novamente se manifestaram e novamente reafirmaram seu grêmio estudantil como um sindicato independente, tanto política como financeiramente, com a colaboração voluntária de quarenta e um reais e trinta e cinco centavos, mostrando assim que a luta estudantil continuara independente dos ataques já mencionados e outros imencionáveis da burguesia.


Johannes Halter
Membro do Grêmio Estudantil da Escola Presidente Médici,
O Sindicato dos Estudantes, Um Sindicato de Luta.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Câmara de Vereadores HOJE!

Para todos que se perguntam do que adiantou nossas manifestações, eis aqui a resposta.
O processo de sustação do aumento da tarifa tinha sido mandada para o prefeito de nossa cidade e ele teve 10 dias corridos para responder e hoje acaba esse prazo, tendo assim na câmara de vereadores uma sessão para os vereadores votar no mesmo.
Devemos estar presente hoje lá na câmara pois vendo estudantes interessados, estudantes que continuam a lutar, estudantes organizados conseguiremos essa sustação.


Por isso fica o convite para todos.

HOJE, 16/06/2009, ÁS 15:00 NA CÂMARA DE VEREADORES.
E PARA QUEM QUISER IR DO MÉDICI, 14:00 ESTAREMOS SAINDO DE LÁ.

domingo, 14 de junho de 2009

Conteúdo do Panfleto 'O Que é Um Grêmio Estudantil?'


Grêmio Estudantil

 

O que é um Grêmio Estudantil?

 

 O Grêmio Estudantil é um sindicato dos estudantes, ele organiza os estudantes e conscientiza-os a defender seus direitos e interesses.

 

 Direitos como a educação pública de qualidade, o passe-livre, atuando nele, você conscientiza-se da luta de classes, e aprende ética, cidadania e seus direitos na prática.

 

Quem Faz Parte do Grêmio Estudantil?

 

 Fazem parte do grêmio estudantil todos os estudantes matriculados na instituição de ensino, todos os estudantes tem a oportunidade e o direito de militar dentro de seu sindicato, de seu Grêmio Estudantil.

 

Podemos nos Organizar em um Grêmio, um Sindicato?

 

 A organização do Grêmio Estudantil é assegurada pela Lei Federal 7.398, de 04/11/85, por isso ninguém pode impedir que os alunos fundem e mantenham o Grêmio de sua escola.

 

 Então nós podemos e devemos militar, ou seja, participar e nos organizar dentro de Grêmios Estudantis a fim de organizarmos sindicatos de Luta, que organizem os estudantes à luta por seus direitos, e que defendam os mesmos.

 

O que busca um Grêmio de Luta, Um Sindicato de Luta?

 

 Conscientizar, mobilizar e politizar todos os estudantes para a defesa de seus direitos, para a consciência de classes, para a organização em sindicatos de todos os estudantes.

 

 Fazer com que todos militem em um sindicato, que sejam cidadãos honrosos, dignos e aptos a fazer a discussão da defesa dos estudantes, seus pais, dos professores, o debate pelo fim da exploração, pelo fim do capitalismo, por uma sociedade onde o nosso predomine.

 

 Sociedade essa que será alcançada por todos os trabalhadores e estudantes, do Brasil e do Mundo, através da organização, mobilização e politização da classe trabalhadora, a militância. Para um Sindicato de Luta.

 

Participe do seu Grêmio Estudantil,

O Seu Sindicato de Luta.

 

A Emancipação dos Trabalhadores será Obra dos Próprios TrabalhadoresKarl Marx   

 

Grêmio UMEM 2008-2009

 

http://gremiomedici.blogspot.com/


Johannes Halter

Membro da Diretoria do Grêmio Estudantil, O Sincicato dos Estudantes