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sexta-feira, 8 de julho de 2011

"A educação pública no Chile é possível, não estamos falando de utopias"

Em entrevista, estudante secundarista comenta sua expulsão por fazer movimento
07/07/2011
Caio Zinet, César Fernandes e Naiady Piva
Coletivo Barricadas

Lorena Mussa, estudante do Ensino Médio de Arica, uma cidade do Chile, foi expulsa de sua escola após fazer um chamado, por meio do Facebook, a seus colegas para debater e aderir as recentes mobilizações no país por uma educação pública gratuita e de qualidade. Apesar da tentativa de intimidação, Lorena continua participando ativamente das mobilizações no Chile.
Assim como no Brasil, a educação chilena sofre diversos ataques comandados por organismos internacionais como o Banco Mundial, que caminham no sentido da privatização e da mercantilização do ensino. O governo chileno do presidente Sebastian Piñera apresenta um projeto de reforma da educação do país, centrado principalmente no privatização das escolas, atentando contra a educação pública acessível a todos.
Os estudantes, no entanto, não deixam com que essas reformas sejam introduzidas de maneira tranquila, e resistem. Assim como em 2006, milhares de jovens vão as ruas, convocados pela Federação de Estudantes do Chile (CONFECH) e pelos sindicatos docentes, para reivindicar a gratuidade do ensino, maior repasse para assistência estudantil, entre outras pautas. Somente na última quinta-feira, cerca de 400 mil pessoas foram as ruas em seis cidades do país para protestar.
O Barricadas entrevistou, por e-mail, Lorena Mussa, que em meio à correria das mobilizações estudantil reservou um tempo para mandar informações para o Brasil.

Quem é você, onde estuda e como é sua participação nas manifestações recentes?

Lorena Mussa: Sou Lorena Mussa, tenho 17 anos e sou militante da Frente de Estudantes Libertários. Atualmente expulsa verbalmente do Colégio Alemão de Arica (Chile) por convocar uma assembleia aberta para meus companheiros de colégio. Estou há sete dias sem assistir as aulas.
Minha participação nas recentes manifestações vem de algum tempo, eu e outros companheiros secundaristas de luta organizamos a primeira assembleia de 2011 em Arica para formar uma coordenação de secundaristas. Esta coordenação - AGEAP (Assembleia Geral de Estudantes de Arica e Parinacota) - agrupa todos os centros de estudantes e também estudantes sem cargos. Este foi o início das escolas tomadas e mobilizadas em Arica. Não tenho nenhum cargo na minha escola, mas no calor da luta acabei com um papel de direção.

O que ocorre hoje no Chile? Qual a participação da juventude nestes processos em curso?

Está se desenvolvendo no Chile um importante movimento político que começou como luta estudantil e está se transformando em luta político-social.
Temos hoje mais de 500 colégios ocupados pelos alunos e a maioria das universidades estão paralisadas, é algo que não se via há muitos anos e tem encontrado apoio em outros setores da sociedade, reunindo mais de 400 mil pessoas nas manifestações que tem ocorrido todos as semanas há um mês.
A forma de organização tem sido a mesma que tem caracterizado a Primavera Árabe ou os Indignados da Espanha: as redes sociais. Grupos no Facebook, chamados no Twitter e outras ferramentas tem servido como meio de difundir e massificar. No entanto, a utilização destes recursos serviu de desculpa para que a diretora Luz Marina Osoria me expulsasse por convocar uma assembleia em que se informaria sobre um abaixo-assinado unitário apresentado pelo movimento e as demandas dos estudantes chilenos.
Esta luta da sociedade chilena tem gerado uma maturidade importante. O povo chileno está reivindicando ter uma educação melhor a serviço do povo. Entendemos a educação como um direito social, portanto deve ser de livre acesso, gratuita e socializada. Sem dúvida hoje no Chile estamos vivendo um momento histórico e isto depende de nós!
Fazemos um chamado como estudantes chilenos à radicalização do movimento e à unificação de forças. Por um projeto de educação pública construído por todos.

Por que te expulsaram da escola?

Me expulsaram por convocar uma assembleia via Facebook. O objetivo da assembleia era unicamente informativo. Isto demonstra que aqui no Chile se violam a liberdade de expressão, o direito de reunião, a democracia.
Assim que me comunicaram que eu estava expulsa me mantiveram reclusa por 5 horas, incomunicável e sem deixar que eu saísse almoçar. Além disso anteriormente eu já tinha recebido ameaças de morte por parte da diretora caso ocupássemos a escola.

Como foi o processo de expulsão?

Minha expulsão ocorreu apenas de forma verbal. No dia em que fui à escola com meus pais, fomos tirados de lá com a polícia, porque nos negamos a assinar um documento que atestasse a minha expulsão. Não me deixam assistir às aulas e bateram a porta na cara do meu pai quando ele foi entregar um documento para apelar às instâncias internas do colégio. Meus companheiros estão ameaçados pela diretora e pelos inspetores do estabelecimento.
Tenho recebido bastante apoio nacional e internacional, graças aos veículos que divulgaram minha situação.

Há outros casos de repressão, além do seu?

Sim, eu enfatizo muito que esta não é uma luta minha, não é a luta de Lorena Mussa, é a luta de todos. Eu só me encarreguei de denunciá-la. E é algo que está se passando ao redor de todo o Chile. Aqui mesmo em Arica, no momento de tentarem ocupar um colégio particular feminino, as golpearam com pedaços de pau, mesas, extintores, etc. Temos um caso na cidade de Iquique (ao sul de Arica), em que a polícia acorrentou os estudantes no momento da desocupação de uma escola. O estado em que nos encontramos é brutal. Mas isso reafirma a todos nós a convicção de que a educação no Chile precisa de uma mudança radical já.
Os proprietários dos colégios agem como donos de empresas e, se vêem seus interesses ameaçados, não hesitam em criminalizar a luta dos estudantes chilenos, os ameaçando e reprimindo. Mas não nos intimidam, nos inspiram a seguir lutando pela eliminação do lucro na educação, até termos uma educação gratuita, digna e de qualidade para todos.

Quais são os passos a seguir, em relação à expulsão? O que os estudantes de todo o mundo podem fazer?

Primeiramente, estamos apelando a todas as instâncias internas do colégio. Essa semana, entramos com um recurso de proteção ante a suprema corte. O que pedimos, como estudantes chilenos, é a máxima divulgação e a denúncia desses atos criminosos que não podem continuar acontecendo. Não é possível que em uma “democracia” se violem direitos humanos.
Outros setores, além da juventude, têm participado destas ações?
Sim, nessas atuais movimentações que se somam em todo o país, para exigir o que é justo. A educação pública no Chile é possível, não estamos falando de utopias, mas de uma realidade que está latente! O Chile tem, atualmente, uma das melhores economias da América Latina e ainda assim a educação não é gratuita, o que é uma vergonha para os chilenos. Vemos como os países vizinhos que não tem uma economia como a nossa tem uma educação gratuita e de qualidade.

Você vê alguma relação forte entre os atos chilenos e os recentes levantes que tem se instalado em todo o mundo?

Sem dúvida, há uma relação muito forte entre os atos chilenos e todas as mobilizações que estão se acontecendo no mundo. Pessoalmente, acredito que é a indignação: indignação no caso dos países árabes, indignação na Espanha e indignação no Chile. Como disse um economista: o Chile é o único país que privilegia a liberdade de empresa sobre o direito à educação.
Nós não acreditamos que seja possível que a mensalidade das escolas seja maior que o próprio salário mínimo - assim o rico pode estudar e o pobre não.
Conheças as principais demandas dos protestos dos estudantes no Chile:
Universitários
* Aumentar a porcentagem do PIB no financiamento público para a educação;
* Democratizar o sistema de educação e o acesso com equidade, qualidade, integração e heterogeneidade social nas matrículas (dentro do primeiro âmbito, se inclui o desenvolvimento das universidades públicas, a proibição efetiva do lucro e a criação de um Centro de Formação Técnico de caráter público e nacional);
* Em nível estrutural, exigimos a implementação de uma reforma tributária que tenha como finalidade prioritária outorgar o financiamento adequado para realizar essas políticas nos marcos de uma profunda reforma educacional.
* Finalmente, com vistas a melhorar o acesso e a equidade, a CONFECH reivindica que se elimine a PSU (Prova de Seleção Universitária), que nós entendemos como filtros de classe explícitos e desnecessários.
Secundaristas
Nós, secundaristas, estávamos inconformados com os rumos da educação, o que gerou a “Revolução dos Pingüins” (uma referência aos uniformes azuis e brancos dos secundaristas da rede pública, que causou uma forte crise no governo Bachelet, mais de 600 mil pessoas foram às ruas). Hoje, voltamos e exigimos novas mudanças na institucionalidade e lutamos por escolas mais dignas.
Nesse sentido, a reivindicação dos secundaristas tem cinco pilares fundamentais: o fim da municipalização e do sistema de subsídios, o aumento da cobertura da assistência estudantil, melhoras na infra-estrutura, regulamentação das escolas-técnicas e rechaço às reformas educacionais do governo.
Para acabar com a municipalização e os subsídios, propomos mudanças na administração financeira e nos requerimentos mínimos para a existência de colégios de responsabilidade do Estado.
Brasil de Fato.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Professores e estudantes, as suas lutas são casadas.

Por todo o país se espalham as greves de professores das escolas públicas. Os governos, na maioria das vezes, negam-se a atender suas reivindicações e as greves se estendem por semanas. Os governos usam todo tipo de falácia para convencer a população e especialmente os estudantes a se voltarem contra seus professores. Algumas mentiras como: “os professores são irresponsáveis ao tirar o direito das crianças de ter aula”, “nós não temos condições de financiar o que o professores reivindicam”.



Primeiramente vamos analisar quais são as reivindicações dos professores, que as razões das greves. O salário do professor na maioria dos estados não é muito maior do que o valor da mensalidade de cursos de licenciatura em universidades privadas e comunitárias. As condições de trabalho para os professores, ou seja, a estrutura nas escolas públicas é de péssima qualidade, há desde falta de materiais, problemas estruturais de extrema gravidade como rachaduras nas paredes, problemas de higiene, salas superlotadas.

Vejamos que todos esses problemas prejudicam também os estudantes, afinal o ambiente de trabalho do professor é o ambiente de estudo, logo, todas as reivindicações dos grevistas relacionadas a estrutura escolar também deveriam ser as reivindicações dos estudantes.

A questão do salário também é de importância para os estudantes e para a população em geral, afinal se essa profissão importantíssima é tratada com descaso, essa irresponsabilidade do governo vai se refletir no futuro, quando cada vez mais jovens desistirão da carreira de professor por conta do péssimo retorno financeiro. Então quem ajudará as crianças e jovens a aprender para exercer um trabalho produtivo em pró da comunidade?

Vejamos então que é o governo que está tirando o direito das crianças de, no futuro, poder ter uma educação de qualidade. Quanto às crianças e jovens de hoje, é completamente falso o discurso de que estes sairão mais prejudicados com a greve. Todos os dias a aprendizagem da juventude é precarizada por causa do descaso do governo com a educação. A dedicação dos estudantes e o heroísmo dos professores não são suficientes para garantir qualidade na educação.

O governo deve entender que a única forma de garantir que os estudantes, professores e a população não saiam prejudicados com a greve é atender as reivindicações dos grevistas e assim tornar possível o retorno das aulas com ganhos reais para professores e estudantes.

Não há dinheiro para a educação? Ora, existem acusações gravíssimas inclusive de desvio de verbas do FUNDEB em Santa Catarina. Dinheiro há sim, onde ele está é a questão.

Os estudantes e a população devem compreender que só a greve, a organização, a luta na rua é que forçará os governantes a atender nossas reivindicações. Esses homens que têm a caneta na mão, fora raras exceções, são comprados pelos exploradores ricos através do financiamento de campanhas e da corrupção, só se interessam por eles mesmos.

Professores e estudantes, trabalhadores, unam-se na luta pela educação pública gratuita e de qualidade.

domingo, 24 de abril de 2011

REUNIÃO DO GRÊMIO!

Esta quinta-feira (28/04) tem reunião do grêmio estudantil, ás 14h na escola! Estamos esperando vocês!

domingo, 4 de abril de 2010

Nova reunião do Comitê de luta do transporte coletivo

A reunião será no próximo dia 05 de abril, as 19:00, no CDH(Centro dos Direitos Humanos), perto da Havan e do Big Bowlling.

Qualquer informação:
47-3025-3447, CDH.

A presença de todos é muito importante.
Lá será discutido a situação de aumento do transporte coletivo.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

ESTUDANTES E TRABALHADORES SE ORGANIZAM CONTRA O POSSÍVEL AUMENTO DA TARIFA DO ÔNIBUS EM JOINVILLE


COMITÊ DE LUTA DO TRANSPORTE COLETIVO

Na reunião de 25/03, convocada pelo CENTRO DOS DIREITOS HUMANOS DE JOINVILLE (CDH) e a UNIÃO JOINVILENSE DA JUVENTUDE SECUNDARISTA (UJES), estiveram representadas cerca de 30 entidades estudantis, associações de moradores, sindicatos, vereadores e organizações interessadas na luta contra o aumento da tarifa de transporte coletivo.

Novamente a população de Joinville está sendo alertada da possibilidade de acontecer novo aumento no preço da passagem de ônibus que, ainda em abril, poderá passar de R$ 2,30 para R$ 2,60.

As entidades reunidas entenderam que isso é inaceitável, pois, além de se tratar de uma concessão pública de mais de 40 anos e inúmeras prorrogações ilegais que estão sendo contestadas na Justiça, traz um ônus insuportável para os trabalhadores e estudantes, usuários do transporte coletivo que não obtiveram esse percentual de reajuste em seus salários.

Na reunião, foi formado o COMITÊ DE LUTA DO TRANSPORTE COLETIVO que definiu estratégias de mobilização para barrar o aumento e realizar o debate sobre a qualidade do transporte coletivo urbano, a modalidade de exploração da concessão pública e a precariedade dos serviços prestados pelas empresas concessionárias, GIDION e TRANSTUSA, diante dos problemas enfrentados pelos usuários no cotidiano.

Não está afastada a possibilidade do COMITÊ, através das entidades que o compõem, proporem ação cível pública para barrar o aumento da tarifa, a exemplo do que já está acontecendo em Blumenau, com liminar concedida pela Justiça impedindo o reajustamento da tarifa.

Está sendo solicitada audiência com o prefeito CARLITO MERSS, com a máxima urgência, para que o COMITÊ possa apresentar suas reivindicações, dentre elas a garantia de não ser concedido nenhum aumento imediato e o apoio para a realização de um seminário sobre transporte coletivo em Joinville, que discuta amplamente o assunto.

Novas entidades estão sendo convidadas a compor o COMITÊ, que estará sendo formalizado na próxima semana com a divulgação de todas as entidades que o integram. O COMITÊ está em estado de mobilização permanente, maiores informações podem ser obtidas através do telefone: 47-3025-3447, no CDH.

Fonte:
http://comoalternativa.blogspot.com/

Nos organizar antes e não depois. Todos podem participar dessas reuniões, quando confirmarmos a data da próxima reunião postamos aqui.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Contra a criminalização das fábricas ocupadas e do MST




Alexandre Mandl

Unidade para conquistar a Anistia Já aos trabalhadores condenados e perseguidos


A violência contra os movimentos sociais vem se tornando cada vez mais corriqueira no Brasil. Criminalização dos mesmos evidencia que neste país o Judiciário serve aos ricos e penaliza os miseráveis e despossuídos. A barbárie capitalista empurra cada vez mais a grande maioria da humanidade para as periferias dos extratos sociais. Resulta daí o crescimento dos “sem teto”, os “sem emprego”, os “sem terra”.

Incapaz de fornecer respostas no plano das políticas sociais para verdadeiramente combater a desigualdade social, o Estado, sendo ele um instrumento da classe dominante, oferece aos setores marginalizados apenas o seu braço armado, a repressão, fortalecendo o controle social exercido pela classe proprietária dos meios de produção.

Ronaldo Caiado e Kátia Abreu, e toda a bancada ruralista no Congresso, Gilmar Mendes no STF, os ministros Stephanes e Nelson Jobim no governo federal, além do coronelismo nos estados, são alguns dos exemplos que representam a reacionária burguesia que cria o verdadeiro terrorismo para defender seus interesses.


MST atacado, “preventivamente”?

O MST tem sido um dos mais atingidos pelos ataques da burguesia. Mas não podemos nos esquecer dos constantes ataques sofridos pelos movimentos sindicais, pelo movimento estudantil, pelos movimentos de moradia que são diariamente afetados por medidas “legais”.

Agora, neste mês passado o Judiciário parece ter lançado uma ofensiva total e seu ódio contra o MST. Prendeu violentamente as lideranças do MST em Iaras/SP, inclusive uma vereadora do PT, o ex-prefeito de Iaras pelo PT, alegando que eles teriam cometido crimes quando da ocupação realizada no final de 2009 para denunciar a grilagem de terras pela Cutrale.

Estas prisões foram o “palco” do “espetáculo de terror” criado pelos burgueses. A defesa e permanência da propriedade privada dos meios de produção escancaram as contradições que o sistema capitalista encerra, as quais nenhuma fachada de estado de direito e democracia consegue esconder.


Em Santa Catarina, o absurdo foi maior. Prisões Preventivas!

Com o argumento de que viriam a ocupar terras, um grupo de seres humanos reunidos para defender seus direitos foi preso e com isso o Judiciário e os Ministros burgueses rasgam as bases da democracia burguesa que dizem defender!

A ação preventiva, neste caso, nada mais foi do que a prática de terrorismo de Estado, algo similar às ações de Bush, que em nome da democracia e contra possíveis ataques terroristas, “preventivamente” resolveu destruir o Iraque por meio de uma ação militar fascista.

Para os burgueses, reuniões que envolvam sindicalistas e lutadores sociais passam a ser “suspeitas” e, sendo assim, dizem ser passíveis de serem interrompidas com prisão. Isso lembra os velhos tempos da ditadura militar. Vemos essa truculência ilegal também em diversos sindicatos que estão “proibidos de realizar assembléias em portas da fábrica”, assim como nos casos de limitação do direito de greve, e mesmo de atuação parlamentar (como vemos no caso do vereador Roque Ferreira, em Bauru).

Utilizam-se os “interditos proibitórios” para inibir a ação política da classe trabalhadora. Isso demonstra a falácia e falência do Estado Democrático de Direito, restando claro o tratamento
diferenciado entre proprietários e não proprietários.

É o capital em sua forma mais crua...


Criminalização das fábricas ocupadas

Quanto ao Movimento das Fábricas Ocupadas - duramente atacado no ano de 2007 pela elite empresária, criminalizado com o respaldo do Governo Federal (invasão da CIPLA e Interfibra pelas tropas federais- a gestão operária nas fábricas, os trabalhadores e os apoiadores da luta dos operários continuam perseguidos justamente por incomodar os capitalistas, já que desmascara o sistema de exploração da força de trabalho existente. O Estado capitalista, como instrumento de manutenção da ordem, não quer “deixar a moda pegar” (frase retirada da sentença que determinou
a intervenção nas fábricas ocupadas).

Essa “moda” refere-se ao exemplo que os trabalhadores dessas fábricas dão no sentido de demonstrarem a irrelevância dos patrões para gerir as fábricas e portanto os destinos do país.
A Justiça, ao invés de punir os empresários que levam ao fechamento das fábricas, deixando milhares de trabalhadores desempregados, criminaliza as lideranças do Movimento das Fábricas
Ocupadas.

Na Flaskô, fábrica ocupada em Sumaré desde 2003, que continua sob controle operário, a criminalização tem aumentado com novos processos.


Anistia aos lutadores populares criminalizados!

O Poder Judiciário é um instrumento de sustentação e aplicação destes ataques, e agora parece apontar para um endurecimento, tagarelando com discursos em defesa da “lei e da ordem” como forma de contenção das massas empobrecidas para tentar frear as lutas.

Nesse sentido, o Movimento das Fábricas Ocupadas está organizando junto com outros movimentos sociais/sindicais uma campanha de massas para a aprovação de um projeto de lei para
anistiar todos os lutadores que estão sendo criminalizados.

Muito se discute sobre a Lei de Anistia com referência ao período da ditadura civil-militar, onde se aponta o caráter reacionário de nossa burguesia. Os militares não querem mexer no passado e apontar os crimes por eles cometidos. Mas devemos ressaltar que o desgaste da burguesia com o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) não é em relação ao direito à verdade e a possibilidade de punição dos militares.

O PNDH tem entre os seus objetivos estratégicos “a utilização de modelos alternativos de solução de conflitos, de modo a, entre outras ações programáticas, fomentar iniciativas de mediação e conciliação, estimulando a resolução de conflitos por meios autocompositivos, voltados à maior pacificação social e menor judicialização”. Esse é o ataque central ao capital, e por isso a burguesia se desespera.


Um chamado à unidade!

Chamamos todos os movimentos, entidades sindicais, MST, CUT para juntos organizarmos a campanha contra a criminalização dos movimentos sociais e pela anistia aos hoje perseguidos e condenados, consolidando-a como instrumento de unidade de todos os movimentos, em defesa das reivindicações e de nossas lutas para fortalecer a resistência da classe trabalhadora, pelo socialismo.

“Os poderosos podem matar uma, duas, até três rosas, mas nunca deterão a primavera”.

Fonte:http://www.marxismo.org.br/index.php


Não podemos esquecer que nosso grêmio estudantil é um movimento que luta pelos direitos dos estudantes, ou seja, temos que apoiar causas como essas. Afinal unidos somos muitos. E o propósito que nos uni é o mesmo: o socialismo.

quarta-feira, 24 de março de 2010

O Haiti e a “Missão de Paz” da ONU


Antes de colocarmos a ONU nesta reportagem, devemos conhecer o país chamado Haiti.
Localizado na América Central, este pequeno país faz fronteira com a República Dominicana e fica entre a ilha de Cuba e a Venezuela. O Haiti é a parte francesa da ilha, enquanto a República Dominicana é ex-colônia espanhola.
Historicamente, o Haiti possui um poço guerreiro, inclusive foi um dos primeiros países a se tornarem independentes em toda a América. Este fato ocorreu no momento em que o povo haitiano se mobilizou e venceu o exército enviado por Napoleão Bonaparte que na época dominava a França, metrópole do país latino-americano.
Mas por que um povo tão batalhador necessitaria de uma intervenção estrangeira que supostamente seria uma força de paz? É a partir deste ponto que entra a ONU.
Por localizar-se entre dois países teoricamente socialistas (Cuba e Venezuela), o Haiti, serviria muito bem como uma base para os países capitalistas que teriam uma maior proximidade com a Cuba de Raul Castro e a Venezuela de Hugo Chávez.
Mas há um problema: o povo. Como interferir em um outro país sem que haja a resistência popular? A resposta é simples, envie tropas armadas e equipamento militar para forçar o povo a acatar tudo o que for designado.
E o governo, não se manifestará? Jean Bertrand Aristide, presidente eleito pelo povo em 2000 foi raptado pelos EUA e hoje está exilado na África do Sul. Em seu lugar foi posto René Préval, mero fantoche dos EUA que faz tudo o que manda a cartilha do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Mesmo com todos esses problemas, o povo continua a manifestar revolta pelas ruas do país, principalmente na capital Porto Príncipe. E é por esse motivo que os haitianos sofrem represálias do exército enviado pela ONU.
Em resumo podemos dizer que a “missão de paz” da ONU serve no Haiti como uma Ditadura Militar Estrangeira que procura impedir um poço de lutar por seus direitos.
Outro detalhe repugnante que os haitianos sofrem, é a exploração. As jornadas de trabalho muitas vezes ultrapassam 12 horas diárias e o salário em geral não passa de 120 dólares mensais. Empresas de capital americano, canadense e dominicano são as que mais exploram.
O Brasil é o país que atualmente comanda as tropas da ONU no Haiti. Nosso país foi escolhido para chefiar a “missão de paz”, pois na época em que os primeiros soldados foram enviados, os EUA encontravam-se em duas guerras e sua imagem já estava muito gasta, então os países capitalistas buscaram, através do Brasil, que possui uma imagem limpa, o princípio para invadir o Haiti.
Como conclusão podemos dizer que o Haiti é um país miserável e vulnerável, como prova temos o terremoto ocorrido em janeiro, mas eles não são assim por própria culpa, a tal “ Missão de Paz” e a exploração das empresas estrangeiras são os motivos que assolam o povo haitiano, que embora arrasado por tropas violentas e desastres naturais continua na luta para construir uma nação livre e melhor.

Nicolas Marcos