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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Passe ou Impasse?


O aumento das tarifas de transporte coletivo urbano está novamente na pauta da mídia de Joinville e das entidades de representação dos trabalhadores e da juventude. E, como tradicionalmente acontece, o impasse já está estabelecido antes mesmo do início das negociações. No que diz respeito ao Executivo, nunca experimentamos um processo de democratização do debate, nem mesmo tivemos acesso ao conteúdo técnico que define, por fim, o percentual de reajuste decidido pelo prefeito.


No âmbito do Legislativo, poucas e isoladas vozes – leia-se vereador Adilson Mariano – posicionam-se exigindo transparência no processo, participação popular e reconhecimento das reivindicações e reclamações dos usuários, boa parte composta por jovens. Poucos se dão ao trabalho de analisar com o devido cuidado que o tema merece as duas faces da mesma moeda. A moeda que a população em geral não possui para bancar os custos da "caixa- preta" que sempre foi a concessão do serviço público da cidade e perdura por 40 anos.

Inclusive agora, acompanhando o assunto nos jornais, percebi um determinado preconceito no que diz respeito ao direito de organização popular, como se fosse pecado falar em controle social a incidir sobre os pleitos de majoração de tarifa por parte de concessionária de serviço público ou na luta pelo passe livre para estudantes.


Onde reside o pecado? Por que não acompanhar de perto a iniciativa estudantil que articulou na última semana a Frente Única contra o Aumento da Tarifa, inclusive com o apoio do Centro dos Direitos Humanos de Joinville, e que promete organizar a resistência e barrar o aumento. Para mim, parece tão ruim que um jovem, que trabalha e estuda, seja alijado do direito de acesso à educação, quanto reconhecer como ilegítimas as organizações populares e deixarmos de abrir espaço para que as contradições sejam expostas no debate.

A oportunidade está dada e será a primeira prova de fogo do governo de Carlito Merss. Por certo, a população espera que este governo inove na metodologia de análise das razões da Gidion e Transtusa e que esteja atento a todas as manifestações, pois, é bom lembrar, Carlito é autor de ação popular que discute a legitimidade desta concessão, que ainda tramita nos infindáveis meandros do Judiciário catarinense.

cynthiapintodaluz@terra.com.br

CYNTHIA MARIA PINTO DA LUZ | Advogada do Centro de Direitos Humanos de Joinville

Fonte:
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2409096.xml&template=4187.dwt&edition=11741&section=941

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