O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que será aplicado em todo o país nos dias 3 e 4 de outubro não trará questões de língua estrangeira. A medida vale apenas para este ano e foi uma decisão da comissão de reitores das universidades federais que está assessorando o Ministério da Educação (MEC). Os conteúdos das provas serão definidos em duas semanas.
Representante da Região Sul nas decisões do MEC sobre o vestibular unificado, o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Alvaro Prata, disse que a comissão deverá aprovar a lista dos conteúdos em duas semanas. Ele adiantou que, além de retirar a língua estrangeira da prova, o grupo pediu que a matéria ministrada nos dois meses finais do terceiro ano seja retirada do programa.
— A língua estrangeira ainda não é oferecida em todas as escolas, e não haveria tempo para a preparação dos estudantes — disse o reitor, acrescentando que o conteúdo dos últimos meses não afetará a avaliação do MEC, que pretende ver o que o aluno aprendeu durante toda a escolarização.
Conforme o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes, as matrizes para a elaboração das provas não estão prontas, e o prazo é insuficiente para a discussão. Qual língua estrangeira priorizar e como ela será cobrada são pontos a serem discutidos ao longo do ano.
UFCSPA: falta da prova não afetará exame
A notícia sobre a exclusão da disciplina repercutiu nas universidades. Para a coordenadora de Ensino e Graduação da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, uma seleção sem língua estrangeira representa um retrocesso e a decisão pode atrapalhar na adesão da UnB ao processo. A universidade deve decidir sobre a participação da UnB no novo Enem amanhã.
Para a reitoria da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), instituição que adotou o exame como única forma de ingresso a partir do próximo exame, o fato de o conhecimento não ser exigido em 2009, não deverá afetar a qualidade dos ingressantes.
— Quem busca a área da saúde tem formação em língua estrangeira. O inglês é importante porque grande parte do material científico é publicado em revistas da língua. Não constar da prova do Enem não impactará os ingressantes.É uma situação transitória e temos professores de inglês para ajudar os alunos — disse a reitora Miriam da Costa Oliveira.
A expectativa é de que 4 milhões de pessoas façam o exame. Todas as redações serão corrigidas, uma vez que a prova tem o intuito de avaliar o Ensino Médio, além de selecionar para as universidades.
ZERO HORA
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